
O Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, localizado no distrito de Caboto, em Candeias, está prestes a reabrir as portas depois de passar por uma requalificação completa. O equipamento cultural, instalado em um casarão do século XVII, será incorporado a um novo roteiro turístico da Baía de Todos-os-Santos, promovido pela Secretaria de Turismo da Bahia (Setur-BA).
A entrega do espaço marca um novo momento para a região, que passa a contar com um atrativo capaz de unir história, cultura e turismo náutico. O investimento, de quase R$ 42 milhões, foi realizado por meio do Prodetur, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Estrutura renovada
O casarão colonial, que já foi residência do capitão-mor Cristóvão da Rocha Pita e parte do antigo Engenho Freguesia, recebeu obras de reforço estrutural, recuperação de fachadas, modernização do acervo e melhorias no entorno. Além disso, ganhou um atracadouro náutico, permitindo que o acesso seja feito tanto por estrada quanto por barco.
A nova configuração inclui restaurante, lojas, áreas de descanso, espaço para eventos e exposições temporárias, o que amplia as possibilidades de uso do museu para diferentes perfis de visitantes.
De acordo com a coordenação, os visitantes poderão escolher entre três roteiros: um passeio geral pela área externa, uma visita guiada com foco histórico e um percurso temático voltado às exposições temporárias. O acervo reúne mais de 200 peças relacionadas ao Ciclo do Açúcar, além de achados arqueológicos que contam parte da história econômica e cultural do Recôncavo.
Reconhecimento do setor de turismo
Na última quarta-feira (27), 20 agentes de viagens foram convidados pela Setur-BA para uma visita técnica ao museu. A proposta foi apresentar a nova estrutura e discutir formas de inclusão do equipamento nos pacotes turísticos.
Entre os destaques levantados pelos profissionais, está a possibilidade de criar roteiros que combinem turismo náutico com história e cultura, aproveitando o novo atracadouro. Outra sugestão é integrar o museu aos roteiros de cruzeiros que atracam em Salvador, ampliando a movimentação de visitantes na região e beneficiando também a comunidade quilombola próxima.

Patrimônio preservado
O prédio do museu tem longa trajetória de preservação. Tombado pelo Iphan em 1944, foi adquirido pelo Governo do Estado em 1968 e restaurado entre 1970 e 1971, quando passou a sediar o Museu do Recôncavo. Agora, com a nova requalificação, o espaço se fortalece como um símbolo de memória e identidade da Bahia.
A coordenadora do museu, Daniela Steele, afirma que tudo já está pronto para receber o público:
“As exposições estão montadas, temos estrutura para recepção terrestre e marítima e estamos preparados para receber visitantes de dentro e fora da Bahia”.
Com a reabertura, o Museu do Recôncavo Wanderley Pinho não apenas resgata a história de uma das regiões mais importantes da Bahia, mas também se firma como novo ponto de encontro entre o passado e o futuro do turismo cultural no estado.
Fonte: Alô Alô Bahia