
A noite desta quarta-feira (10) entrou para a história da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e da cultura baiana. Após anos de expectativa, as cortinas finalmente se abriram para revelar o Teatro Central da Uefs, um equipamento imponente que já nasce com o título de maior teatro do interior da Bahia e o segundo maior de todo o estado em número de assentos. A cerimônia de inauguração, marcada por emoção e casa cheia, transformou o campus universitário em um verdadeiro palco de celebração das artes e do conhecimento.
O evento de entrega contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, de secretários de estado, da reitora Amali Mussi e de uma comunidade acadêmica vibrante, que lotou o espaço para conferir de perto a novidade. A inauguração não simboliza apenas a conclusão de uma obra física, mas a concretização de um sonho coletivo de ter, no coração do sertão baiano, um espaço de excelência capaz de receber grandes espetáculos, congressos científicos e as mais diversas manifestações culturais.


Um palco gigante para a arte e a ciência
A estrutura entregue impressiona não apenas pelo tamanho, mas pela modernidade e funcionalidade pensadas em cada detalhe. Com capacidade para acomodar confortavelmente 931 pessoas, o Teatro Central recebeu um investimento superior a R$ 10 milhões do Governo do Estado. O projeto de requalificação elevou o equipamento a padrões profissionais de uso, equipando-o com o que há de mais atual em engenharia acústica e cênica. O espaço conta agora com paredes acústicas especiais, iluminação cênica de última geração, telas de projeção, plataforma elevatória para acesso ao palco, além de salas de ensaio, estúdio de podcast e camarins equipados. Todo o ambiente foi climatizado e adaptado com acessibilidade, garantindo que a cultura seja, de fato, um direito de todos.
Para a reitora da Uefs, Amali Mussi, a entrega do teatro representa um salto de qualidade na vida universitária e na relação da instituição com a sociedade. “Inaugurar esse teatro significa valorizar a cultura, a arte, a socialização de saberes. Este é um ato muito sensível, é uma conquista coletiva que reflete o quanto há de investimento em sonhos nesta universidade”, destacou a reitora. O governador Jerônimo Rodrigues reforçou o compromisso com a educação superior, salientando que o teatro servirá tanto à formação profissional quanto à criação artística, colocando o conhecimento acadêmico em contato direto com a cidade e com a diversidade cultural da região. A ideia é que o espaço seja pulsante, recebendo desde aulas magnas até festivais de música, fortalecendo a Uefs como um polo irradiador de cultura.

Noite de estreia com a “Sereiona” e a força da cultura popular
Para batizar o palco com a energia que ele merece, a programação cultural da noite foi escolhida a dedo, valorizando a identidade local e regional. O grande destaque foi a cantora feirense Rachel Reis, carinhosamente chamada de “Sereiona”, que trouxe o seu show acústico para a inauguração. Com um repertório vibrante que mistura o pop, o arrocha e a MPB, Rachel transformou a formalidade da cerimônia em uma grande festa, conectando o público jovem e a comunidade externa através da música. A presença de uma artista local de projeção nacional no palco inaugural serviu como uma declaração de intenções: aquele espaço pertence aos talentos da terra.
Mas a noite foi plural, assim como a universidade. Além de Rachel, o público se encantou com a apresentação da Orquestra Sisaleira de Conceição do Coité, que trouxe a sofisticação da música instrumental do interior, e com a força da banda Levante Negro, formada dentro da própria Uefs, reafirmando o compromisso da instituição com a arte negra e universitária. Estudantes, como Mariane Ferreira, do curso de Letras, não esconderam a emoção ao ver a transformação do local. “Entrar aqui hoje me causou um impacto muito grande de lembrar como era esse espaço antes e como ele está agora. Ter um teatro desse dentro de uma universidade pública é, sem dúvidas, um privilégio”, celebrou a estudante. A inauguração do Teatro Central marca, assim, o início de uma nova era para a Uefs, onde a arte e a ciência caminharão juntas, ocupando um espaço à altura da grandeza do Recôncavo e do interior baiano.
